sábado, 19 de julho de 2008

Algumas notas sobre minha alimentação

Comida! Um assunto muito importante para todo ser humano. É base da hierarquia de necessidades de Maslow, algo que nos mantém vivos e felizes. Pesquisando pela palavra “comida” no Google, aparecem aproximadamente 46.700.000 resultados. Claro, é uma pesquisa tão rigorosa quanto, digamos, ficar discutindo psicopatologias de personagens literários, mas dá uma mostra de quão importante comer é para nós.

Quando um determinado assunto é importante, ele é levado em consideração de diversas maneiras por diferentes pontos de vista. Acredito ser razoável dizer que todos os sistemas religiosos do mundo possuem um código de conduta relacionado à boa alimentação. Judeus e muçulmanos não comem carne de porco, alguns hindus não comem carne nenhuma, outros chineses não comem alho ou cebola, por motivos tão variados quanto é possível. Como era de se esperar, há um campo de pesquisas científicas sobre alimentos e saúde, as Ciências da Nutrição, que, apesar de crença em contrário, vêm ampliar e apoiar os esforços espirituais por uma vida mais pura. Cientistas e místicos podem não concordar em tudo, por exemplo, em relação à carne, mas são atritos necessários para o progresso.

Comecei a ler esta semana a autobiografia de Mohandas Gandhi, “Minha Vida e Experiências com a Verdade”. Neste livro, o aclamado Pai da Índia (ele provavelmente detestava esse título, por isso o aclamado) fala, além de seu envolvimento com política e resistência não-violenta, de seus experimentos alimentares comportamentais, que praticava em busca de maior harmonia e com o mundo e a Verdade. Eu próprio, como um buscador da Verdade tenho feito algumas tentativas de melhorar minha alimentação. Tento várias abordagens diferentes ao mesmo tempo, mas no momento, desejo falar da minha busca por comer mais frutas.

Casa de solteiro homem universitário é uma tristeza, pois as únicas criaturas que se alimentam bem em tal recinto são as formigas e as baratas. O webcomic PhD frequentemente faz piada disso, debochando do grande gosto que os estudantes de pós-graduação dos EUA têm por Cup Noodles e Miojo (por lá conhecido como Ramen). Admito que muitas das insuficiências alimentares que enfrento são devidas à preguiça, mas meu desconhecimento das artes culinárias e caseiras muito contribuiu para que eu seja um cliente assíduo do RU (que, diga-se de passagem, oferece uma dieta bastante balanceada, ainda que bastante carnívora).

Minhas experiências de comprar frutas começaram fazem dois ou três meses, quando, passando na frente de uma banquinha perto da rodoviária, resolvi comprar uma manga. Comi no mesmo dia. Verde. Não sei, ainda, diferenciar frutas maduras das verdes, nem em quanto tempo elas amadurecem. Por essas e outras já joguei muita laranja fora por deixar “passar do prazo”. Tenho comprado, com certa freqüência, maçãs, que são relativamente baratas e gostosas, além de fáceis de comer, já que não precisa descascar nem nada. Já comprei pêras também, mas deixei elas um pouco de lado depois de perceber que, mais uma vez, eu não sei a diferença entre verde e maduro. Quando compro frutas, tento comê-las o mais rápido possível, para que não apodreçam, mas isso já me custou muito gosto ruim na boca por ingeri-las antes do ideal (indigestão, contudo, não tenho tido, pois me acostumei com essa vida dura).

Minha última “descoberta” (na verdade, dica do Marcelo, outro morto de fome sovina) foram as bananas: elas vêm em quantidade, são baratas, versáteis e fáceis de descascar – verdadeiros coringas em dias de fome. O inconveniente delas é o apodrecimento veloz. Comprei uma penca no início desta semana, e acabei com elas agora há pouco. Como vou para Caxias esta tarde, decidi comer todas, para que não fossem fora. Havia três sobrando, o que me fez pensar “por que não as amasso e como com açúcar e toddy?” Minha mãe fazia isso direto pra mim quando era pequeno – e eu gostava. Por que não iria gostar agora? Além disso, não devia ter nenhum segredo em pegar um garfo e ficar pressionando as bananas até elas virarem pasta.

Essa minha ilusão de ser uma barbada foi por água abaixo quando comecei a amassá-las. Credo, como pode uma fruta tão mole oferecer tanta resistência? Estava sozinho na cozinha, mas se tivesse alguém por perto, ele certamente riria dos meus achaques histéricos perante o prato empapado de fruta. Por fim, depois de muita briga, peguei o jeito, e logo as bananas estavam tão amassadas que um desdentado poderia ingeri-las sem problemas. Peguei o açúcar, o Toddy, uma colher e comecei a espalhar pelo prato. O açúcar eu misturei com a pasta, mas o Toddy eu deixei por cima. Por causa de um telefonema, deixei o prato parado por alguns minutos, e o achocolatado foi absorvido pela banana, criando uma mistura entre amarelo-banana e marrom-chocolate até que bonito. Pena que não durou o suficiente pra tirar uma foto.

O meu problema em comprar frutas é a falta de hábito: sei que me faz bem, mas se não faço um esforço consciente, quando vou ao mercado dificilmente as compro. Acho que estou revertendo isto, pois está mais fácil ir ao Zaffari e sair com duas maçãs (tudo devidamente pago, claro). Vou comprar bananas com mais freqüência daqui em diante, provavelmente tentando alternar com maçãs. Gradativamente, vou comprando mais tipos de fruta diferentes, como pêras, mangas, laranjas, bergamotas e talvez até mesmo limões.

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