sábado, 7 de junho de 2008

A força da vontade

Sou um homem de política. Não no sentido que geralmente salta em nossa mente quando ouvimos esta palavra, como deputados, presidente e corrupção. Sou político no sentido de precisar entrar em ação e fazer algo pelo coletivo, pelo público. A própria etimologia da palavra “política” evidencia este caráter coletivo, pois deriva de “polis”, nome dado às cidades-estado gregas, que por sua vez significa coletivo, múltiplo.

Mas apesar desta minha natureza, passei por uma fase um tanto quanto introspectiva e afastada destes trabalhos. Sou editor do jornal estudantil Psiu, que me trouxe muito prazer e alegria, mas devido a uma seqüência de frustrações e uma pilha de trabalhos por fazer, acabei deixando-o de lado. Até o início do semestre, era o único editor, mas depois que abriram-se as inscrições para comissões do Diretório Acadêmico da Psicologia (DAP), dois de meus colegas começaram a colaborar comigo. Juntos, já fizemos uma edição extraordinária do Psit, que seria uma versão mais light e imprevisível de jornal, um zine. Entretanto, não fizemos nenhum Psiu.

Uma das colegas trabalhando comigo teve um estalo este ano, e tem sido extremamente assertiva (pelo menos se comparada com comportamentos passados). Tem sido ela quem busca reunir o time de editores para cumprirmos nosso papel, mas ela até agora tem fracassado em seu intento. Foi hoje, então, que me dei conta do porquê. Semana passada, meu veterano Marcelo me disse que, antigamente, era pedir pra mim que eu fazia. Isto não ocorria com esta minha colega. Podemos agir de forma semelhante agora, mas ainda há uma grande diferença entre nós. Percebi hoje que vontade por si só de nada adianta: ela precisa ter força. Eu tenho força de vontade, e tudo que fiz está aí para provar isto. Não quero entrar na clássica questão se a vontade existe, se somos livres ou não. Parto do fato que algumas pessoas neste mundo conseguem realizar seus desejos, missão ou viver uma vida reforçadora, enquanto outras não o conseguem por faltar alguma coisa. Incluo-me sem cerimônia no primeiro grupo. Não consigo explicar, mas a força de vontade é um poder que transcende o próprio ser. Há grande diferença interpessoal entre eu começar algo e outra pessoa fazer o mesmo.

Esta realização me animou de tal maneira que sinto-me capaz de cumprir todos os deveres que a vida a mim impõe. Fico imaginando se não esta sensação não é fruto de uma hipomania. Mesmo que não seja, sei que não durará muito tempo. Então, é melhor aproveitar enquanto dure.