sexta-feira, 4 de julho de 2008

Rotting mind

Acabo de ir para a cozinha comer batata palha, por que não tem mais nada aqui em casa que se aproveite. É a decadência do rango da madrugada.

O Ataque do Grammar Nazi

Depois de anos como escoteiro, e fazendo todo tipo de brutalidade desconfortável como acampar em vales em dias chuvosos, desbravar matas fechadas e atravessar rios (quase sempre com uma mochila nas costas), junto com outras criaturas igualmente imbecis e comendo a gororoba que nós mesmos cozinhávamos, acho que posso dizer que não sou muito dado a frescuras. Sou fácil de agüentar, pois não faço muito barulho, limpo minha própria sujeira (na maioria dos casos) e não faço questão de muita coisa. Só há uma coisa que quase não tolero: gramática ruim. Não me refiro nem à língua falada, mas à língua escrita. Com ela, aquele papo de que "o que conta é comunicar-se" não cola - ou escreve direito, ou volta para a escola. E, como vocês podem imaginar, eu sofro com a internet.

Já disse anteriormente que sou um Grammar Nazi. Essa afirmação continua verdadeira. Neste post mais antigo, critiquei mais a falta de cuidado com a pontuação por parte de blogueiros e internautas em geral. Desta vez, quero reclamar de outra atrocidade: a falta de clareza.

Quando escrevo um texto, faço o possível que seja compreensível. Se não quero ser compreendido, faço um flog onde coloco minhas fotos chorando e me cortando com gilette, uso dos serviços de um gerador de lero-lero ou simplesmente não escrevo nada. O silêncio escrito não é tão fácil de interpretar quanto o silêncio falado. Então, se seu propósito é escrever o maior amontoado de gobbledygooks, corte seus dedos antes.

É possível ser incompreensível (o que é bem diferente de incompreendido) de muitas formas diferentes na internet. Uma muito comum é eScReVeR aSsIm, seja lá com qual propósito. Economia de energia não conta, já que dá um trabalho do cão ficar apertando e soltando a tecla shift ou Caps Lock o tempo todo. Estética também não, já que esses textos são mais feios que pechada de Opala. Outra formatação bisonha cujo único intuito aparente é machucar os olhos é o famoso "Carnaval das Letras": escrever textinhos naquela cor verde neon berrante, contra um fundo lilás igualmente reluzente. Claro, tUdO aSsIm TaMbÉm. Isso quando não resolvem fazer um carnaval ainda maior, e EsCrEvEm CaDa PaLaVrA cOm UmA cOr DiFeReNtE. No MSN, também ocorre o fenômeno "Pinheirinho de Natal", quando a pessoa não sabe criar atalhos decentes para seus emoticons, e eles aparecem nos lugares mais improváveis e irritantes possíveis - especialmente no meio de palavras.

Deveriam considerar seriamente a possibilidade de aplicar um teste psicométrico nas pessoas antes de dar acesso à internet, para evitar que este tipo de atrocidade aconteça.