sábado, 21 de junho de 2008

As Provações da Faculdade XXIV

Chegou a hora da verdade: estou fazendo o trabalho final de Processos Grupais I. Ainda não comecei a escrever, mas já tenho uma idéia bem sólida sobre o que escrever. Dei uma lida mais atenta nos comentários do meu quinto e último relatório feitos pela monitora e pelo professor. Isso já foi suficiente para me deixar irritado. Parece que preciso explicar até o óbvio.

Correr e Correr em Porto Alegre

Ontem à noite iria voltar para Caxias do Sul, depois de um mês em Porto Alegre. Comprei minha passagem de ônibus de manhã, para viajar às 19 horas. Às 17 horas já estava com quase tudo pronto - as roupas sujas socadas guardadas na mochila grande e os livros e polígrafos na mochila pequena. Saí de casa às 18:20 em direção à rodoviária para não ser pego com as calças na mão pelo trânsito portoalegrense de final de tarde de sexta-feira, o qual posso apenas adjetivar de "caótico".

Para ir até a rodoviária, pegaria a linha São Manuel, que passa ali do lado da faculdade, na rua Ramiro Barcelos. Mas quando saio de casa, vejo o dito ônibus chegando na parada. A rua estava movimentada demais para atravessá-la correndo e subir na busunga. o que fazer? Sem pensar muito, comecei a correr desembestado em direção à próxima parada do São Manuel, na Jerônimo de Ornellas, 500 metros dali. Mesmo em uma situação ideal, onde estaria aquecido e preparado para correr, eu conseguiria ganhar de um ônibus embalado. Com todo aquele peso nas costas, estava em condições muito piores. "O trânsito dessa vez vai me ajudar" pensei. Os carros menores e o semáforo no meio do caminho me dariam uma vantagem e uma chance de chegar em tempo até a parada da Jerônimo. Corri ainda mais loucamente, o ar frio do inverno queimando minha garganta. O ônibus me ultrapassara, mas ainda não tinha alcançado a sinaleira. Para minha sorte, hoje ele parara excepcionalmente do lado da Faculdade de Odontologia também, para largar alguém. Chego na Jerônimo, mas os carros não me deixam atravessar a rua para chegar na parada. Mas agora não tinha muita alternativa - ou atravessava ou me fodia. Esperei os carros desacelerarem e fui. Quando coloquei meu pé na calçada, o São Manual desponta na esquina, e gentilmente estaciona, para que pudessemos subir. Senti-me muito feliz, apesar de um pouco esbaforido. Fora quase uma Aventura Sênior, só que ao invés de equipamentos de escadala, carregava livros, e ao invés de desbravar um mato ruim, atravessei o concreto quente da cidade de Porto Alegre. Voltara, por breves metros, a ser o aventureiro que sou.

E, para fins práticos, esta corrida foi absolutamente inútil: cheguei meia hora mais cedo do que a saída do executivo para Caxias do Sul, que ainda por cima atrasou em 15 minutos. Mas se não serviu para nada prático, foi muito bom para desenferrujar as pernas.