sexta-feira, 4 de junho de 2010

Cemitério de Sonhos

Hoje me bateu uma tristeza. Quando eu entrei naquela sala, tão cheia de lembranças, tão prenhe de sonhos, tão contaminada de ideais, e vi tudo aquilo que morrera, percebi que uma parte de mim morreu também. Aquela sala não era só uma sala - era um ser vivo, dotado de vontade própria, que também sonhava e sentia, e que, de alguma maneira bizarra, servia como exemplo para todos nós. Que restou daquilo tudo? Onde antes havia uma anarquia criativa, hoje só resta um caos nihilista, egocêntrico, preocupado com o próprio umbigo. Por que tanta beleza tinha que morrer? Enquanto seco as lágrimas que não chorei, espero: espero pelo dia em que tudo se resolva, as flores nasçam outra vez e aquela sala deixe de ser um vaso de contemplação inútil e se encha de esperança de novo, como costumava ser. Mas antes que este dia chegue, deixo que a tristeza me consuma, e me limpe de toda essa sujeira que me rodeia nessa sala, nessa sala que já foi tudo, e que hoje não é nada. Que a tristeza me limpe e me transforme, e eu seja capaz de passar por isso sem sofrer novamente.


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Texto ruim talvez, incompreensível com certeza. Publico ele mesmo assim, por que me parece ser necessário, considerando o que eu vi hoje. Alguns aqui talvez entendam e compartilhem essa dor.