terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pure and Simple Inane Banter

Acabo de perceber que estamos em dezembro, mês do Papai Noel e da Telesena de Natal. Isto significa muitas coisas, a principal delas sendo enfeites verde-vermelhos para todos os lados, e especiais de televisão com mensagem moralista. Até dia 25 de dezembro. Depois disso, serão as mensagens de Ano Novo que nos instigam a fazermos um ano completamente diferente do que passou.

Onde os Poetas Reinam (2)

Topograficamente, ler poesia é igual a ler qualquer outra coisa - jornal, revista, livro - pois o processo mecânico é o mesmo: passam-se os olhos sobre as letras e entende-se o conteúdo. Em termos de sentimento, porém, coisas muito diversas acontecem, especialmente os sentimentos envolvidos.

Viver é sentir. Não é possível fazer nada sem algum tipo de emoção, pois mesmo quando fazemos algo que exige "frieza" ou "lógica pura", estamos com algum tipo de emoção por detrás de nossa percepção. Por isso, quando leio um artigo científico, por mais chato que seja, sinto alguma coisa, nem que seja tédio.

Dentro desse esquema, é óbvio que a poesia me cause sentimentos, só que eles são muito diferentes dos que sinto normalmente, pois são muito mais intensos, profundos e duradouros, como se brotassem de uma parte de mim que existe há muito mais tempo que eu próprio. E, apesar de serem mais antigos do que eu, esses sentimentos dizem muito a meu respeito, da mesma maneira que o tipo de poesia que leio, como se eles soubessem melhor do que eu quem eu sou de verdade, ou quem eu devo me tornar com sua ajuda.

Minha Vida de Alcoolista

Tenho 21 anos, idade que em que sou plenamente responsável por mim mesmo, já morei sozinho e longe dos meus pais. Apesar disso, ainda sinto como se não tivesse saído da infância, por que, mesmo já acostumado a assumir responsabilidades, trabalhar e como um todo ser bastante "maduro", não faço três das coisas mais caracteristicamente adultas: ganhar dinheiro, dirigir e beber.

As duas primeiras continuarão do jeito que estão por algum tempo ainda. A última, entretanto, está mudando lentamente. Nunca fui um grande beberrão - nem mesmo durante o Ensino Médio, a época onde todos os meus colegas e amigos aprenderam que encher a cara é um comportamento eminentemente social. Depois, já na faculdade, mantive o hábito de não beber, mesmo em situações muito alcoolizadas, e isso foi apenas reforçado pelo Roacutan, remédio pra espinha que ferra com o fígado e que impede qualquer consumo de álcool.

Parei de tomar Roacutan já fazem quase 10 dias, e decidi que iria me tornar um pouco mais alcoolista. Entrando nessa lógica, durante o intervalo entre uma aula e outra, fui com uns colegas meus ali na Vilma, o epicentro cervejístico do Campus Saúde, e tomamos umas, até eu achar  que estava pronto para duas horas de supervisão de estágio. Voltei para a faculdade vendo o mundo dançar num ritmo mais rápido que o meu, e, já com meus colegas, desandei a falar do jeito mais desinibido possível.

OK, até aqui relatei os efeitos que já sabia que o álcool causaria em mim. Depois disso descobri um novo. Voltei para casa, e fiquei na minha cama lendo. Depois de terminar um capítulo ("A Ilha", Aldous Huxley, esperem para breve um post sobre utopias), deitei um pouquinho, para descansar a cabeça e tal. Eram nove horas da noite. O pouquinho virou poucão, e acordei só às onze, com a sensação de estar 50% mais lento, e 50 pontos de QI mais burro. O QI, aliás, não aumentou ainda, só que o sono não volta. Aprender a beber envolve muito mais do que saber quando parar para não vomitar depois.