sábado, 1 de março de 2008

Minhas Próprias Teoria X e Teoria Y

Douglas McGregor, importante teórico no campo da Administração (e em menor grau, Psicologia), elaborou dois conjuntos, que chamou de Teoria X e Teoria Y, distintos e antagônicos de suposições sobre o comportamento dos trabalhadores, as quais servem como base para qualquer teoria de organização e liderança:

Teoria X - As organizações partem do pressuposto de que as pessoas têm aversão ao trabalho e à responsabilidade, preferindo ser dirigidas e, por isso, devem ser controladas e motivadas pela coação, pela punição, pelo dinheiro ou pelos elogios. Estes pressupostos correspondem à concepção mecanicista dos trabalhadores utilizada pela Escola Clássica e levam as organizações a colocar a ênfase na satisfação dos fatores higiênicos definidos por Frederick Herzberg.

Teoria Y - Parte-se da hipótese de que as pessoas são criativas e competentes e consideram que o trabalho é tão natural como a diversão ou o descanso. Assim sendo, sob condições corretas desejam trabalhar, daí que é fundamental proporcionar-lhe condições para o seu desenvolvimento pessoal. Estes pressupostos constituem a base da chamada Administração Participativa.

Os parágrafos anteriores foram copiados na cara dura deste site aqui.

Toda vez que me vejo participando de um trabalho em grupo, como a organização do trote (que vai começar segunda-feira), vejo-me ponderando minhas próprias teorias, W e Z, sobre o comportamento e motivação de meus colegas, que são apenas mais específicas do que a X e a Y.

Na Teoria W, as pessoas, quando trabalham em grupo são passivas, e esperam que outros dêem o ímpeto inicial para tudo, e deixam sua parte do trabalho para outros tanto quanto for possível; são facilmente empolgáveis para qualquer coisa, adoram brainstormings (seções de criatividade), e têm maior tendência para achar tudo ótimo, mas quando as dificuldades (ou melhor, o trabalho em si) começam a aparecer, elas logo desistem.

Na Teoria Z, as pessoas, quando trabalham em grupo são pró-ativas, e tomam a iniciativa sempre que necessário e/ou possível, fazendo sua parte do trabalho e até mais; são céticas quanto às qualidades das idéias, preferem trabalho concreto à conceitualização puramente abstrata, e apesar de pessimistas, são persistentes em seu trabalho, apesar de qualquer dificuldade que possa aparecer.

Como alguém que estuda alguma Ciência Humana pode perceber, não são teorias exatamente criativas, já que sofreram influência de teorias clássicas como a da transferência de responsabilidade social (não é esse o nome próprio, mas é exato o suficiente), e um pouco da Psicologia do Ser de Abraham Maslow (esse é figurinha batida por aqui), sem falar nas próprias Teorias X e Y. Também não são teorias bem acabadas, pois este post é apenas o primeiro esboço destes meus pensamentos e observações da interação da minha turma da faculdade e de outros grupos que participo.

Como o próprio McGregor admitia sobre X e Y, as teorias W e Z são incompletas por natureza, pois tangem apenas os dois extremos da questão (e que não necessariamente são auto-excludentes); a maioria das pessoas estaria entre W e Z, sendo alternadamente pró-ativas e passivas. Mas tenho visto mais pessoas W do que Z em minha turma.

Vou tomar como exemplo um movimento que aconteceu na nossa lista de discussões por e-mail no primeiro semestre. Um de meus colegas deu a idéia, brilhante diga-se de passagem, de criar uma Midioteca da turma, com DVDs de filmes, séries e músicas. Este acervo seria construído com a colaboração de todos, que doariam no mínimo três DVDs diferentes, para ficarem guardados em uma caixa de madeira à disposição de todos. Caso alguém quisesse assistir, por exemplo, "De Volta Para o Futuro", poderia pegar a qualquer momento, desde que registrasse que ele estava com o dito filme.

Discussões teóricas sobre o material da caixa e onde ela seria guardada, bem como que filmes cada um doaria para a Midioteca, pipocaram na nossa lista como fogos de artifício em Copacabana no Ano Novo. Era uma idéia muito querida por todos, mas não saiu do plano das idéias, por que ninguém se prestou a arranjar uma caixa de madeira, e tenho minhas dúvidas se alguém iria doar alguma coisa para a Midioteca.

O trote está sendo outro brilhante exemplo dessa baderna. Fizeram uma reunião extraordinária esta semana (quarta ou quinta-feira) para discutir os detalhes do trote, como que brincadeiras fazer, que material comprar e como sujar os bixos da Psicologia. Como a reunião foi em Porto Alegre, e eu estava (e ainda estou) em Caxias do Sul, o que torna economicamente desvantajoso minha participação, não compareci. Ainda assim, consegui prever com um grau alto de precisão pontos importantes que ninguém se preocupou em falar: a burocracia envolvida e o trote dos bixos de Fonoaudiologia, nossos filhos bastardos, junto com a Odontologia. Mandei um e-mail para nossa lista dizendo isto em tom provocador, e descobri que, apesar de terem discutido a possibilidade de ter que lidar com a burocracia, não o fizeram em profundidade, e completamente ignoraram a Fono. Eu conheço minha turma.

Mandei em anexo a este e-mail uma lista com os telefones dos departamentos onde nossos calouros teriam aula, e propus que dividíssemos nossas forças para lidar com a burocracia e cuidar dos detalhes técnicos do trote. Até onde meu conhecimento vai, fui o único que pegou o telefone e ligou para aqueles números. Com isso, descobri que a Comissão de Trote do Instituto de Psicologia ainda estava esperando que enviássemos uma proposta de trote, detalhando o que faríamos com os calouros.

Não quero me santificar pelo que fiz, pois de qualquer forma agi tarde demais para fazer diferença, mas fui o único a demonstrar características Z. E isso tem acontecido com muita freqüência. Foi isso que me levou a formular teorias diversas e diametralmente opostas sobre o comportamento humano quando trabalham em grupo. A Teoria W é incompleta e insuficiente, pois as pessoas nem sempre são totalmente passivas (e, se todas assim o fossem, ainda estaríamos morando em cavernas), o que pude presenciar na própria faculdade. Praticamente a mesma argumentação é válida para a Teoria Z. Quando caracterizo os outros como absolutamente W, sofro por achar todos incompetentes. Quando caracterizo os outros como sendo Z, em pouco tempo me decepciono por que descubro (do jeito difícil) que minhas expectativas não correspondem à realidade. De qualquer forma, sofro inutilmente.

Acredito que a verdade esteja em uma terceira teoria, A, que considera que as pessoas tem o potencial de serem pró-ativas, mas que, por muitos motivos, em sua maioria externos, não conseguem realizar. Portanto, não podemos culpá-las, apenas compreendê-las e ajudá-las a tornarem-se mais senhores e senhoras de seus próprios destinos.

O pop não poupa ninguém

Entrei em uma loja hoje e vi uma camiseta com o símbolo do Batalhão de Operações Especiais do estado do Rio de Janeiro, o famoso BOPE, à venda por aproximadamente 15 reais.





Quase comprei. O BOPE é Pop!

Águas de Março

E começa mais um mês. Mais uma barrinha no Capacitor de Fluxo. Eu sou um babaca por fazer um post só pra dizer isso. ^^