terça-feira, 13 de maio de 2008

Músicas Mais Trash da História

Típico exemplo de uma música boa, mas ruim ao mesmo tempo.

E a título de curiosidade: o nome do cidadão que aparece cantando no vídeo é Daler Mehndi, um cantor de música pop indiana. Ele sofrera diversas críticas de que suas músicas eram populares apenas por que os clipes que ele fazia eram abarrotados de gostosas. Para provar que seus críticos estavam enganados, Daler fez um clipe não só sem mulheres gostosas, mas com quatro vezes mais ele. A música fez um sucesso do carilha, na Índia e no mundo.

E eu ainda consigo imitar a corridinha dançada dele.

Dura Vida de Dono-de-Casa


Só não levo a louça daqui de casa pra lavar em Caxias por que não cabe tudo na mochila. Em tempo: as cervejas não são obra minha.

As Provações da Faculdade VII

Acabei de terminar o trabalho de Processos Institucionais. Faltam só os relatórios de Seminário de Pesquisa em Psicologia. Só 4 relatórios de uma página.

Mas antes de escrevê-los (leia-se "digitar psicobobagens") vou tirar um rápido cochilo. Só espero despertar deste cochilo.

Wushu

Engraçado. Apesar do Wushu ser um aspecto central em minha vida, escrevo muito pouco sobre ele por aqui. Certamente, tenho muito mais o que escrever sobre Filosofia, Psicologia, Neurociências e assuntos afins, pois há muito mais teoria por trás delas, ao contrário do Wushu, que apesar de basear-se em sólidos fundamentos filosóficos, é muito mais prático do que teórico. No Wushu, tenho muito mais o que fazer.

Um Desafio Socrático

Acho que cansei de dizer por aqui que mato aula, e que não sinto o menor remorso por isso. OK, eu sinto uma pontinha de remorso, mas isso não vem ao caso. A questão é que na maioria dos casos, matei aula por que não a achava estimulante. Convenhamos, é difícil achar uma senhora de meia idade falando de Lacan com um power point excitante (tem colega meu que acha, mas é por outros motivos). Este um ano e meio de faculdade varreu da existência a minha vergonha na cara, o que me permite tranquilamente levantar-me, sair da sala e só voltar no dia seguinte, pois nem mochila eu levo para as aulas! Então, se a aula é chata, nem preciso pegar nada para ir embora. Minha professora de Psicologia Humanista troçou com isso, e respondi que eu sou existencialmente livre.

Admito que, apesar de em alguns dias não ter nem ao menos me dignado em dar o ar da graça na faculdade, tenho medo de rodar por FF – a infame falta de freqüência, a pior nota que se pode tirar na UFRGS. E admito que, apesar deste medo, não pensava em reconsiderar minha posição: pensava em no máximo aparecer nas aulas, pegar chamada e ir embora logo em seguida.

Entretanto, acontecimentos recentes me fizeram pensar a respeito de minhas atitudes perante as aulas exponenciais. Continuo achando que são chatas, e que me beneficio muito mais de discussões entre pequenos grupos, lendo e escrevendo. Mas foi justamente em discussões que cheguei a conclusão de que posso me beneficiar muito mais ao freqüentar as aulas, e beneficiar meus colegas no processo.

Esse final de semana, o senhor meu pai, psicólogo clínico e professor universitário (em crise), apontou uma incoerência em minhas atitudes. Com o Wushu, faço o possível e o impossível para treinar, faço exercícios em casa, vou na academia em horários ruins, tudo isso para fazer algo que não é tão diferente do que faço na faculdade: ouvir e ver o que outra pessoa tem para me ensinar. Claro, o Wushu é muito mais físico e prático do que a Psicologia, mas o princípio por trás dos dois é o mesmo – disciplina. É necessário disciplina para treinar formas e fazer flexões, mas também é necessário disciplina para permanecer em aula e prestar atenção. Por que desenvolvo apenas uma, e não a outra?

A segunda discussão que mudou muitos de meus conceitos foi com uma amiga minha, veterana e monitora na famigerada disciplina de Processos Grupais I. Além das muitas outras coisas que discutimos por MSN, ela me mostrou uma nova imagem do professor, que desde o início imaginei como dogmático, egocêntrico e agressivo. Segundo ela, o tio Leôncio* é uma pessoa flexível, disposta a rever seus conceitos e crítico. Se não tanto, pelo menos mais do que nós imaginamos. Este professor tem o hábito de nos dar cortaços – dependendo de quem leva, é bem traumático. Para mim, é só um cortaço entre os muitos que já tomei. E essa minha amiga me fez a proposta de discutir mais em aula o assunto tratado, questionar o que o professor diz, ao invés de tentar absorver por osmose o conteúdo.

No fim, percebo mais uma vez que o que me motiva são os desafios. Anteriormente, as aulas não pareciam interessantes por serem tão estáticas e mortas, sem nenhuma possibilidade de aprendizado real. Devo admitir que isto é falso, e que eu era incapaz de perceber todo o potencial nelas encerrado.

Antes desta discussão com minha amiga, fiquei pensando em como manter-me atento nas aulas, sem entediar-me profundamente e sair da sala. A primeira estratégia é dormir. Mas se eu for para a aula para dormir, é melhor nem aparecer no Instituto. A segunda estratégia era ficar desenhando em aula, mas como me conheço, é possível que eu comece a matar aulas para ficar desenhando (já faço disso com alguma freqüência para escrever). A terceira e última alternativa que pensara era encher o saco dos outros em aula. Por encher o saco, não penso em ficar jogando bolinhas de papel embebidas em saliva, ou queimar coisas fedorentas, mas questionar incessantemente. Isso enche muito mais o saco. A bolinha de papel atinge apenas a pele, mas as perguntas bem feitas acertam o coração.

Para ser franco, não sei como fazer isso. Recapitulando as últimas aulas, toda vez que pensava “preciso dizer algo”, nada vinha a minha mente. O que não é surpreendente, diga-se de passagem. Mas não fico pensando muito nisso. Se na hora eu tiver uma pergunta para fazer, farei. Vou ficando melhor com o tempo.

Kierkegaard, antes de abandonar sua antiga vida para dedicar-se à filosofia, chegara a conclusão que no mundo de facilidades em que vivia, era necessário que alguém tornasse as coisas difíceis novamente, para que viver não se tornasse insuportavelmente fácil. Decidiu, então, tornar-se um novo Sócrates, e questionar a essência de tudo e de todos. Pretendo fazer o mesmo, e questionar meus professores e colegas como se nada soubesse, e tudo tivesse para aprender.

Se isso vai mudar minha idéia de que aulas expositivas são chatas? Não, não vai. Até hoje acho fazer flexão uma atividade maçante. Mas com certeza, permanecerei em aula. Eu não consigo recusar um desafio.




*Esse não é o nome dele. Chamo-o assim por que ele é a cara daquela morsa que o Pica-Pau fica atazanando.