segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Expressões do Inglês que deveriam ser criadas para o Português

Ao contrário de muitos de meus colegas, considero a língua inglesa de grande beleza. Não só isso, mas também de grande funcionalidade e capacidade de comunicação. Tanto que acho que alguns de seus termos, por serem extremamente precisos e úteis, deveriam ser adaptados para serem usados por falantes de língua portuguesa.

Um desses termos é "utter crap". A tradução para o português ficaria algo como "suprema porcaria". É uma tradução literal, e eu diria que até tem o mesmo significado nos dois idiomas, mas pessoalmente não acho que tenha o mesmo impacto.

"Dumbass" significa "imbecil" ou "idiota", mas estas duas palavras juntas não tem o mesmo impacto ofensivo que a explosão verbal "you fucking dumbass!" tem. Aliás, precisamos de uma tradução mais acurada para o termo "fucking" quando ele é utilizado como adjetivo. Ou vocês acham que "pega essa merda de lápis e enfia na bosta do teu cu" tem a mesma beleza que "pick this fucking pencil and shove up your fucking ass, dipshit"?

"Dipshit" merece atenção. Em inglês, o verbo "to dip" significa mergulhar, mas só "dip" é utilizado para nomear aqueles patês de coquetel onde mergulhamos pedacinhos de pão ou biscoito. E "shit" é merda pura e simples. Portanto, um dipshit seria alguém como características de um patê de merda - mais especificamente seu cérebro, já que segundo o Urban Dictionary, "dipshit" é uma pessoa com um enorme poder de dizer o óbvio, ou ser completamente retardado por natureza (e segundo muitos, um sinônimo para o atual presidente dos EUA, George W. Bush).

E, last, but not least (último, mas não menos importante - essa frase também não faz justiça para seu correlato em inglês), a expressão "for fuck's sake!". Muito utilizada no lugar de "for God's sake!" ("pelo amor/graça/ em nome de Deus!"), mas com o intuito de chocar e humilhar, como na oração "for fuck's sake, Chris, why don't you shove your fucking notebook in your moma's big blubbering vagina?!"

E por hoje é isso.

Posts antigos

Decidi republicar aqui os melhores posts que escrevi para o R&A. Para manter a fidelidade histórica deles, manterei também a data de publicação. Mas, para que não ocorram problemas de organização ou confusão de novos leitores, marquei o primeiro post deste blog como Marco Zero, e os posts republicados serão marcados com "História Antiga".

Obsessões - Part Deux

Fiz uma análise da qualidade dos meus posts no Roqueiro & Alcoólatra. Apenas 50 de 300 me pareceram realmente bons. Pretendo republicá-los aqui já que são meus de qualquer jeito, com a única diferença que colocarei a data de postagem original.

Isso com certeza vai aumentar o volume da Memória.

Obsessões

Até agora, o assunto mais recorrente neste blog são minhas cagadas no outro blog, o Roqueiro & Alcoólatra, com minha obsessão com o número de posts. Estou gostando de escrever aqui, mas sempre que olho para o arquivo do Espadachim, me sinto entristecido pelo pouco volume de conteúdo. Isso vai mudar com o tempo, claro, mas o tempo leva tempo pra passar.

Eu adoro entrar no R&A só para ver o DeLorean Voador, nome muito bem escolhido por Huginn, por ser um meio de transporte para o passado, pelo menos para o nosso passado até o começo de 2006. Eu adoro ficar olhando para o número de posts que temos lá, e adoro ficar fazendo análises estatísticas e vendo quanto mais eu produzi que todos os outros juntos. Até inventei a frescura de que cada postador deveria pôr marcadores com seu nome em cada post novo, só para eu poder contar com maior facilidade. Muito nobre da minha parte, não?

Gosto de ver quanto nós, especialmente eu, produzimos. Ver que estamos entrando no nosso terceiro ano de negócio, e que janeiro foi o mês mais produtivo (pelo menos em números) de toda a existência do R&A.

Não sei por que sinto essa atração pela enorme regurgitação produção de posts. Não obtenho o mesmo prazer quando olho o arquivo de blogs de outras pessoas. Acho que não gosto dos números e do volume em si, mas de pensar que eu ajudei a criar tudo aquilo que há no R&A. Tendo um pouco de auto-crítica, lembro-me de que, apesar de ter feito muitas atualizações de excelente qualidade, a maioria deles são imagens, vídeos e copypastas de notícias com um comentário meu. Não tenho muita certeza desta afirmação. Poderia conferir mas não acho que valha a pena e estou com preguiça. Garanto que muitas vezes escrevi ou fiz atualizações apenas por senso de obrigação, e que além de só sair porcarias, acabava me machucando. Até agora, tem acontecido justamente o contrário aqui com o EC: de minuto em minuto tenho idéias muito boas para posts novos. Isso se deve ao novo nome do blog, ou à uma mudança de atitude mais profunda, da qual a escolha do nome deste blog foi apenas um reflexo?

Comentários sobre a blogosfera

Eu me sinto fortemente fascinado pela blogosfera, especialmente no que diz respeito à motivação dos blogueiros. Pessoalmente, não penso que ela seja muito nobre ou elevada. Costumo imaginar que a única, ou pelo menos maior, razão que leva uma pessoa normal a criar um blog e preenchê-lo com abobrinhas é para afagar seu próprio ego. Para, depois de um deplorável dia de trabalho ou faculdade, que possam chegar em casa e descontar toda sua raiva e frustração com posts intitulados "Minha chefe é uma cadela" e "meus professores são uns merdas". Melhor que poder avacalhar tanto quanto possível com seus superiores, é poder dizer para os amigos, seja pessoalmente ou pela mensagem pessoal do MSN, que "o blog está atualizado". Percebam que isso é muito válido para este que vos escreve, especialmente a parte do "atualizado".

Claro, claro, devem existir pessoas por aí que fazem mais do que isso, e que têm motivos diferentes para manter um blog. Vejam o Alon por exemplo. Ele mantêm um blog sobre política, atualizado constantemente por que ele realmente deseja uma via mais rápida, direta e democrática (apesar de ele moderar os comentários) para se comunicar com os demais interessados pelo assunto. Não tenho certeza se ele ganha algum por fora por toda essa brincadeira, mas caso não ganhe, digo que ele pelo menos mereceria.

No caso do Kibe Loco e do Jacaré Banguela, tenho certeza de que eles compram o leite das crianças e sua própria cachaça com os seus sites. Eles sim atualizam quase todos os dias, e quando não atualizam, não perdem tempo em se justificar. O Cocadaboa é um pouco diferente, já que o Mr. Manson tá pouco se lixando para as atualizações (ele diria que é justamente o contrário, mas ações valem mais do que palavras), mas ele tira uns pilas do site (mais especificamente das propagandas que ele mantêm ali).

Poderia citar muitos outros casos parecidos com os destes web entrepreneurs, mas a grande maioria dos blogueiros é anônima, e não tira um puto de seu árduo trabalho. De meus amigos que mantêm ou mantinham blogs, lembro principalmente de sua grande satisfação em afirmar que tinha acabado de colocar um texto novo em sua página, como um jornalista se sentiria se conseguisse entrevistar Jesus Cristo e publicar no New York Times (parto do princípio que a entrevista seja legítima). Como se alguém se importasse.

Pelo menos eu me importo. Sempre leio o que eles escrevem. Tá, admito que várias vezes simplesmente pulava a atenção de duas em duas linhas, mas geralmente eu voltava mais tarde para ler tudo, com bastante atenção.

Contudo, existem caras como eu. Não somos imunes à húbris, a insolência ou arrogância, considerada pelos gregos antigos como o maior dos pecados, mas temos uma relação completamente diferente com a blogosfera. O motivo maior para publicar seus textos na internet é o prazer de escrever, apertar botão "publicar postagem" e ver seus trabalhos se empilharem de forma ordenada. Ler comentários é muito bacana, mas é apenas um efeito colateral muito bem-vindo. Para exemplificar, já escrevo meu terceiro post para o Espadachim Cego, e até agora não me dei o menor trabalho de divulgá-lo para meus amigos. Deve ser preguiça. Mas acho que a mera possibilidade de poder escrever e publicar o que penso, mesmo que ninguém nunca leia, é bem agradável.