segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Experiências Cinemáticas - O Exterminador do Futuro

Olá mais uma vez, meus queridos! É com alegria que volto a escrever aqui no blog depois de quase um mês de ausência. Tenho, todavia, uma boa desculpa, por que, desta vez, ao invés de não escrever nada aqui por que estava sendo meramente preguiçoso, eu estava sendo meramente preguiçoso no norte e no nordeste do Brasil. A mudança geográfica, que aconteceu por causa do Encontro Nacional de Estudantes de Psicologia (ENEP) e do Encontro Nacional de Estudantes de Educação Física (ENEEF), torna minha inatividade mais facilmente justificável, visto que não tinha computadores sempre à disposição como tenho aqui em casa, e que precisava pagar para utilizar aqueles que estavam por perto. Além disso, acho um tanto quanto chato ficar escrevendo e pensando em textos para o blog enquanto viajo. Mas eu não vim aqui só para justificar minha falta de atualizações. Venho aqui hoje com o propósito de escrever sobre cinema.

Senti vontade de assistir uns filmes este final de semana, e então, passei na locadora e peguei dois: "Star Wars - Uma Nova Esperança" e "O Exterminador do Futuro". Sobre "Star Wars" não há muito o que falar, ou melhor dizendo, há muito o que falar, mas não é o que eu quero falar a respeito. Sou muito fã da série, tanto que peguei o filme pela enésima vez, mas acho que, justamente por tê-lo assistido tantas vezes, seu impacto foi muito diferente de ter assistido "O Exterminador do Futuro" pela primeira vez. Pois é, hoje foi a primeira vez. Todo mundo já assistiu o segundo filme em alguma noite chata na "Tela Quente", muita gente já viu o terceiro e tenho minhas razões para crer que bastante gente viu o quarto filme (por que o personagem principal é o Batman). Agora, quem assistiu o primeiro, aquele que deu origem à série? Também muitas pessoas, mas a maioria delas é do tempo que a Rita Cadillac era a "Rainha do Bumbum" - ainda estou por encontrar alguém com menos de 35 anos que viu o filme. O que é uma pena, por que ele é muito bom.

Antes de falar mais aprofundadamente do filme, gostaria de falar sobre alguns aspectos contextuais dele. Segundo o Internet Movie Database, "O Exterminador do Futuro" estreiou nos cinemas em 1984, a mais de 25 anos. Para fazer uma comparação tosca, eu tenho 21. Muita coisa mudou nesse tempo: os computadores ficaram mais modernos, as roupas ganharam outras cores, os penteados ficaram menos ridículos e o filme bombou e entrou para a cultura pop como um marco. Hoje, todo mundo sabe de onde saiu a imortal frase "I'll be back", que John Connor vai liderar a resistência humana contra os robôs no futuro apocalíptico e que Sarah Connor é dura na queda. Em outras palavras, o final do filme hoje é de conhecimento geral. Obviamente, não era assim quando o filme entrou em cartaz no cinema, e por alguns anos depois de já ter saído. Assistir o filme hoje, mesmo que pela primeira vez, não causa o mesmo impacto que causaria em 1984, por causa de todos estes motivos que listei acima, e isto é muito perceptível. Quando o filme começa, sabemos que os dois caras que aparecem pelados no meio de uma tempestade elétrica são do futuro, e que um é humano e um é andróide. Só isso. Podemos inferir que eles são inimigos com base no gênero do filme e na Lei de Conservação dos Detalhes (por que mandariam duas pessoas do futuro, se não fosse para elas se pegarem no soco?), e que o fortão é um andróide por que ele é o mais racional e metódico, igual a uma máquina, e por que ele arranca com as mãos o coração de um punk. Entretanto, aposto que muita gente na época deve ter pensado "puxa, como esse magrão é forte". Também demora um pouco para ficar claro que o que eles querem fazer está relacionado à uma mulher chamada Sarah Connor - mas o que eles querem com ela? Protegê-la? Matá-la? Fazer sexo grupal com ela? De novo, pode se inferir com base nos mesmos princípios citados anteriormente, mas ainda é pura intuição. E por que eles querem ela especificamente?

O filme vai, lentamente, respondendo a cada uma dessas perguntas: o loiro, chamado Kyle Reese, é um soldado humano do futuro, enquanto que o moreno fortão é um andróide. Reese foi enviado para proteger a mesma mulher que o andróide exterminador foi enviado para matar. Esta mulher, Sarah Connor, é o alvo de tanta atenção por que ela será a mãe do futuro comandante da resistência contra os andróides, que no futuro dominam o planeta e buscam com todas as forças destruir os humanos que sobreviveram à guerra nuclear. Só bem no final, descobrimos que Reese é na verdade o pai de seu comandante, que o mandou não só para proteger sua mãe, como também para ser seu pai de fato.


E o filme conta tudo isso em um ritmo incansável e envolvente, que não te deixa parar para pensar e ficar de saco cheio. Aliás, mesmo nos momentos que eu parei para ir no banheiro e pensei, não fiquei de saco cheio. Pelo contrário, me senti ainda mais empolgado com a história. Obviamente, assistir um filme passados 25 anos de sua estréia é uma experiência prejudicada por do que a influência que ele exerceu na cultura: outros elementos também acabam fazendo com que ele pareça velho. Por exemplo, as músicas que tocavam durante as cenas de ação são anos 80 demais para mim. As idéias de como fazer filmes de ação da época, bem como aquelas sobre música, mudaram dramaticamente. Para uma pessoa nascida depois de 1988, "O Exterminador do Futuro" parece um filme lento, com uma trilha sonora composta por arquivos .MIDI vagabundos. Na minha opinião, o filme envelheceu bem, e só alguém muito chato e cabeça oca diria que ele é chato. Entretanto, as diferenças permanecem.

Por fim, gostaria de dizer que, embora considere o primeiro "Exterminador do Futuro" o melhor de toda a série, ele fica melhor ainda depois de se assistir o segundo (que também é muito bom, diga-se de passagem). No primeiro, Sarah Connor é uma mulher normal, que trabalha num lugar meio podre, sai para a balada com a melhor amiga e praticamente borra as calças quando percebe que tem um assassino em sua cola. No segundo, porém, a história é outra: ela é uma máquina de combate, e treina seu filho para ser ainda melhor do que ela para enfrentar seu terrível destino. Essa mudança começa ainda no primeiro filme, quando ela destrói sozinha o que resta do Exterminador (com direito a um One Liner "you're terminated, fucker!") e depois vai para o México comprar armas. Realmente foderoso.

Enfim, "Exterminador do Futuro" é um bom filme, e recomendo a todos que ainda não o assistiram a corrigir este terrível erro em suas vidas o quanto antes, por que foi relançando em DVD, para que nós, filhos do século XXI, possamos assisti-lo em toda sua glória. Vou aproveitar o embalo e os últimos dias de férias para assistir os outros filmes da série, mesmo que não sejam tão bons assim, só pra ver a história evoluir.

3 comentários:

Anônimo disse...

E não esqueça que foi dirigido por James Cameron, na época um ilustre desconhecido.
http://pt.wikipedia.org/wiki/James_Cameron

Finha disse...

Euuu assisti! ganhei ele em fita cassete! no alto da minha adolescencia! há!

Andarilho disse...

É Nessa, mas todo mundo sabe que tu não é uma representante adequada da tua geração. E a propósito, quando foi que tu saiu da tua adolescência mesmo? Semana passada? =P