sábado, 29 de novembro de 2008

Time after Time

Com as férias se aproximando, começo a pensar um pouco na experiência de fazer faculdade. Sempre tive a impressão que cada mudança de semestre acarreta não só uma alteração na organização do tempo, mas também do espaço. Sempre volto para o mesmo prédio, mas nunca para a mesma faculdade, ou, melhor dizendo, descubro alguma coisa nova sobre ela e passo a enxergá-la sob outro prisma. Creio que isto ocorre graças ao fato de nunca termos aula na mesma sala por dois semestres seguidos, mas também pelos conteúdos, professores e mesmo colegas que sempre mudam.

A passagem do primeiro para o segundo semestre foi estranha - ainda era bixo, verde na UFRGS, mas tinha adquirido um saber que me deixava quase em pé de igualdade com muitos de meus veteranos.

A passagem do segundo para o terceiro semestre foi ainda mais estranha, pois, finalmente, deixava de ser calouro e tornava-me eu mesmo um veterano de pleno direito, e junto com meus colegas adotava os recém-chegados como protegidos.

A passagem que se aproxima transformará os meus bixos, aquelas criaturinhas ingênuas, bobocas e perdidas que acolhi um ano atrás em também veteranos, enquanto eu caminho a passadas largas em direção à antigüidade de um "vôterano" (o Marcelo e o Brunão, por sua vez, vão virar bisavôteranos). Na verdade, dizer que mudar a folhinha do calendário e o fim das aulas nos transforma em algo é incorreto, pois passamos o ano inteiro nos metamorfoseando, nos tornando algo diferente e (esperamos) melhor, e o fim do semestre apenas oficializa nossa chegada a um ponto de referência desse nosso crescimento fluido, por onde todos os que fizeram faculdade antes passaram, mas que no final das contas não quer dizer muito.

Dito isso, mal posso esperar para ver as caras novas que irão habitar o nosso prédio conosco no próximo ano.

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