terça-feira, 15 de julho de 2008

Comendo no RU: Métodos práticos de evitar indigestões e pegar os melhores pratos

Já expressei anteriormente como eu sou fã do Restaurante Universitário. Como lá sempre que posso. Contudo, quase todos os dias, antes de ir até lá, dou uma conferida no cardápio disponível no site da UFRGS (que já adicionei aos meus favoritos). Não é lá muito confiável, já que, como está escrito em um cartaz no próprio RU, tudo pode mudar sem aviso prévio, mas é um bom termômetro do que eu possivelmente encherá minha bandeja. Isso é necessário por que, por mais que o RU seja uma fonte quase inesgotável de felicidade e comida barata (desculpem a redundância), há certos alimentos servidos que prefiro passar se tiver a opção.

Todo estudante, funcionário ou pessoa com vínculo com a UFRGS aprende desde o início que não basta apenas ler o cardápio: é necessário interpretá-lo. É importante prestar atenção nos nomes dos pratos. Por exemplo, se o nome da carne do dia conter a palavra "iscas" eu fico em casa e como sanduíche. A não ser que seja algo bizarro como "iscas de patinho à Camões". Nesse caso, eu vou só para ver que porcaria estão servindo (se vocês ficaram curiosos sobre o que viria a ser esta iguaria, é só carne picada com presunto e ervilhas). O contexto da semana também deve ser levado em conta. Se serviram bife de frango na segunda-feira, e na quinta-feira servem risoto, deve se tomar cuidado, por que o risoto com certeza foi feito com os restos de segunda. O nome de algumas carnes não dizem nada em si mesmos, mas a experiência ensina o morto de fome que devem ser evitados - carne assada, por exemplo. A chance de eu pegar um pedaço de madeira assado no forno é grande demais para arriscar comer no RU. Também há casos como a "surpresinha de legumes" que são auto-evidentes: não coma!

Quando a carne é bife, seja de rês ou de frango, normal ou à milanesa, sempre vale a pena ir comer no RU, mas com cautela - não é improvável que surja na tua bandeja uma sola de sapato ou o pé daquela havaianas que você perdeu no verão retrasado. No RU da Saúde, geralmente somos nós que nos servimos de bife, então dá para revirar o panelão e achar um bife com quem se tenha maior afinidade. Entretanto, no RU do Centro, e em alguns dias no Saúde, são as tias da cozinha que colocam os bifes na nossa bandeja. Nesse caso, só há dois cursos de ação a serem tomados:

1) Chorar por um bife maior, mais macio, menos nervoso, etc.;
2) Rezar para que a tia vá com a tua cara e tenha uma boa visão.

Nos dias que a sobremesa é uma coisa gostosa, como pudim ou pavê, são sempre as tias que nos servem (a única vez que não foi assim foi na primeira semana de janta no RU da Saúde, e pudemos nos servir de creme de chocolate à vontade. Desnecessário dizer que enchi um dos cantos da bandeja). As leis que regem a quantidade de gostosura servida são obscuras, se não completamente desconhecidas. É muito comum a pessoa na sua frente ganhar quase um balde de doce, enquanto você e os cinco atrás de você receberem meio punhado, mas o contrário também acontece seguidamente, e você é o único a não ter uma montanha doce em sua bandeja. Ninguém sabe por que isso acontece. Há uma hipótese de que elas fazem isso para se divertir, pois não há mais nada para se fazer enquanto se está sentado servindo os outros. Quaisquer que sejam os motivos, sorria quando chegar sua vez na fila - pode ser que isto sensibilize a tia, e ela coloque mais sobremesa pra você. Melhor ainda, sorria sempre para todas as tias do RU, não importa quão torto elas olhem para sua cara. Nunca se sabe quando elas vão servir sua bandeja.

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