segunda-feira, 9 de junho de 2008

Vida Dura (Parte 13)

Acabei de receber um e-mail intitulado "Filosofia e Psicologia", encaminhado através da infame lista de e-mails da Psicologia da UFRGS, a Tomada do DAP. Fiquei a princípio empolgado com a idéia, pois me interesso por Filosofia e suas relações com a Psicologia. Mas alegria de pobre e amolador dura pouco: só precisei ler o e-mail pra desanimar completamente.

Basicamente, o pessoal da Filosofia da UFRGS quer fazer um curso de extensão sobre Psicologia e Filosofia. Excelente. Mas daí cheguei neste trecho da mensagem:

pensamos em sugerir para ela [a palestrante] algo entre Hegel e Lacan ou, então, mais geral, entre arte, filosofia e psicologia, ou pode ser algo em Freud mesmo... mas, seria algo entre estes temas...

Hegel eu nunca li, mas se vier em dobradinha com Lacan, não vai prestar. E misturar arte, filosofia e psicologia é coisa de psicanalista lacaniano. Só faltou Deleuze e Guattari pra lista ficar completa.

Respeito quem gosta dessas teorias, mas acho deprimente que mesmo em cursos de extensão tenhamos que ver as mesmas coisas que vemos em aula. Mandei uma sugestão de vermos as relações entre os existencialistas, os humanistas e a Psicologia. Mas duvido que alguém preste atenção em mim.

Ó Céus, por que ainda espero alguma coisa dos outros?

2 comentários:

Anônimo disse...

Disse Luis Fernando Veríssimo em uma crônica de 02/11/2006:

"Hegel se prestava, em primeiro lugar porque era alemão, em segundo lugar porque era obscuro - dizem, mas deve ser mentira, que Hegel só compreendia o que ele mesmo tinha escrito quando lia a tradução francesa - e em terceiro lugar porque, sendo obscuro, foi entendido e explicado de maneiras diferentes segundo a vontade de cada um."

Diz a Wikipédia:

"Ademais, as obras de Hegel possuem a fama de serem difíceis, devido à amplitude dos temas que pretendem abarcar. Diz a anedota (possivelmente verdadeira) que quando saiu a tradução francesa da Fenomenologia do Espírito, muitos estudiosos alemães foram tentar estudar a Fenomenologia pela tradução francesa, para "ver se entendiam melhor" o árido texto hegeliano."

Lenda ou realidade, Hegel é medonho. Quanto a Lacan, sobre este amigo já proferi a palavra definitiva em meus próprios escritos...

Andarilho disse...

Pois é. Ô dobradinha infeliz.