quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Mais uma dúvida a me consumir

Como dei a entender em um post anterior hoje, estou às voltas com o meu processo de matrícula da faculdade - processo este, que como bem definiu um colega meu, é uma putaria, graças à incrível baderna que impera e que nos leva a trocar e-mails desesperados através de nossa lista de discussão. O que isso tem a ver com a dúvida que me consome? Nada. Escrevi esse primeiro parágrafo a título de introdução, e para mostrar que a Federal não é o paraíso em terra - é só de graça.

Mas de certa forma, o primeiro parágrafo tem um pouco a ver com minha dúvida (adoro me contradizer), pois se refere à matrícula em uma disciplina eletiva, que ora penso em fazer, ora penso em ficar bem longe. A disciplina a que me refiro é Introdução à Esquizoanálise.

Admito que os contras desta cadeira superam seus prós, e com larga vantagem: é de noite, é provável que eu vá detestar o assunto com todas as fibras do meu ser, e não gosto da didática das duas professoras que darão as aulas, sendo que uma delas é a professora que mais me ferrou individualmente nos último ano, por motivos que apenas desconfio (ela não deve gostar de mim).

Ainda assim, apesar de todos estes argumentos perfeitamente racionais, ainda resta em mim um desejo irracional, porém muito forte, de cursar essa disciplina. Talvez seja curiosidade: apesar de muita gente que conheço abominar Esquizoanálise, muitos veteranos vibraram com a possibilidade de cursar uma cadeira com tal assunto. Intriga-me esta ambivalência. Sei que, se me matricular, corro o risco de passar um semestre inteiro indo para uma tortura auto-infligida - pois fui eu quem escolhi fazer, sem pressão externa alguma. Também corro o risco de gostar da coisa via lavagem cerebral, que é mais comum nos meios universitários do que se imagina, e começar a escrever e (não) pensar feito um legítimo Psicólogo Social (prolixo ao extremo).

O coração tem razões que a razão desconhece, já disse Pascal. Talvez, no fundo, busco um desafio, o de encarar uma cadeira horrível, entender o assunto e, portanto, poder criticá-lo e refutá-lo com base em conhecimento e fatos concretos, e não apenas na base do "me disseram que". Das alegrias que me movem, a alegria do desafio vencido, o fiero, é a mais forte.

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